Diário do Vale / RJ, Talita Ribeiro
Construção civil procura funcionários qualificados e terrenos para atender à demanda
Sul Fluminense
O boom imobiliário chegou, e com ele uma série de desafios. Enquanto não faltam interessados em realizar o sonho da casa própria, o Sul Fluminense sofre com a escassez de mão-de-obra qualificada para executar o trabalho e o pouco espaço disponível para novas construções.
De acordo com o construtor Antônio Carlos, o setor da construção civil enfrenta atualmente a dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada para atender a demanda. Por esse motivo, um grande número de profissionais que atuavam como pedreiros e carpinteiros estão buscando o aperfeiçoamento a fim de atuarem em outras áreas que oferecem, segundo ele, maior lucratividade.
- Estes profissionais que trabalham no ramo da carpintaria e da construção e já possuem uma qualificação mais específica estão se especializando em áreas afins como soldador, por exemplo, função que normalmente é melhor remunerada - disse Carlos.
A falta de profissionais na construção civil tem refletido no prazo para a realização das obras. Segundo o construtor, alguns empreendimentos acabam por serem concluídos depois da data esperada por conta da falta de funcionários.
- Estamos cientes desta dificuldade e, para evitarmos problemas, já tentamos incluir no cronograma de realização da obra os possíveis contratempos - afirmou.
Falta de espaço
De acordo com Antônio Carlos, o setor da construção civil enfrenta outro obstáculo: a de falta de espaço para a realização novos empreendimentos.
- Em Barra Mansa, por exemplo, é difícil encontrar um terreno localizado na parte central da cidade para abrigar novas construções - disse.
Para o Secretário Municipal de Planejamento de Volta Redonda, Lincoln Botelho, a Cidade do Aço já possui geograficamente um território pequeno e, segundo ele, com a alta taxa de urbanização da cidade a pressão imobiliária no município aumenta, visto que há um grande contingente populacional em Volta Redonda.
- A cidade possui uma boa infraestrutura, o que acaba por atrair um número maior de pessoas - disse Lincoln.
Déficit habitacional
As construções executadas pelo projeto "Minha Casa Minha Vida", da Caixa Econômica Federal, tem contribuído para o aumento no número de empreendimentos em Volta Redonda. Segundo o prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB), 976 novas moradias serão construídas com a verba do projeto da Caixa. O empreendimento possibilitará à prefeitura reduzir o déficit habitacional de Volta Redonda.
- Um dos grandes problemas da cidade é a falta de moradia. Através das ações do governo federal, estamos podendo viabilizar que a população possa adquirir a casa própria por um preço acessível - afirmou Neto.
De acordo com o prefeito, serão construídas 480 casas em Três Poços, 96 no Jardim Cidade do Aço, 224 no Santa Cruz e 80 no Belmonte. A prefeitura espera que as obras estejam concluídas em dois anos.
O presidente da EPD-VR (Empresa de Processamento de Dados), Paulo Neto, afirma que esses empreendimentos estão inseridos no Programa Municipal de Erradicação de Área de Risco, que tem como objetivo oferecer à população residente em encostas ou as margens do rio novas habitações em locais seguros.
- Esperamos resolver o problema das áreas de risco em aproximadamente vinte meses. As pessoas cadastradas pela Defesa Civil, por estarem vivendo em locais passíveis de ocorrerem acidente, serão alocadas nas novas casas - disse Paulo Neto.
Para evitar que as áreas de risco sejam novamente ocupadas, a prefeitura pretende reflorestar e demarcar essas regiões.
Boas vendas
O aquecimento no ramo tem garantido o crescimento das vendas nas lojas que comercializam material de construção.
Segundo Carlos Araújo, gerente de um estabelecimento comercial no Aterrado, o aumento no volume das vendas tem sido observado desde o ano passado, tendo se intensificado ainda mais este ano. De acordo com ele, a loja costuma incentivar os clientes a procurarem as linhas de crédito da Caixa Econômica Federal para conseguirem concretizar a reforma da casa própria.
- A nossa loja é credenciada pela Caixa, por isso podemos sugerir aos nossos clientes que utilizem as ferramentas de financiamento do banco federal para conseguirem completar a obra - disse Araújo.
Gerente de uma loja de material de construção localizada no Retiro, Evaristo Bortolazzo afirma que as vendas tiveram um acréscimo desde o mês de janeiro.
- Estamos otimistas com o volume de produtos comercializados. Desde o inicio deste ano as vendas aumentaram 25%, e a expectativa é que esta porcentagem seja ainda maior no segundo semestre - destacou Bortolazzo.
Na contramão
A tributação sobre os produtos destinados à construção civil é apontada como uma das razões que justificam o aumento nos preços. Para Reginaldo do Nascimento da Silva, gerente de uma loja no Retiro, as vendas não alcançaram o patamar esperado este ano.
- Diversos produtos sofreram variação de preço, e esta elevação foi impulsionada pela carga tributária dos produtos destinados à construção - afirmou Silva.
FONTE: http://clipimobiliario.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4190:falta-casa-falta-pedreiro-sobra-dinheiro&catid=34:mercado&Itemid=56
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